Ipiaú perdeu um de seus principais músicos no inicio da madrugada de sexta-feira, 15 de novembro. Genésio Barbosa Júnior, o popular “Genésio do Trombone”, 74 anos, morreu, depois de resistir, por um longo tempo, às sequelas de um acidente vascular cerebral provocado por aneurisma. O seu corpo foi sepultado às 13 horas, do mesmo dia, no Cemitério Novo. Ele deixa dois filhos (Adson e Adriana) e uma história de amor à arte musical.
Genésio Filho era considerado um melhores trombonistas da região. Executava o trombone de vara com grande maestria e por isso era requisitado para tocar em importantes bandas do interior da Bahia. Também tocava saxofone e tuba. Nos bailes da vida chamava a atenção pela versatilidade, pelo improviso, por fazer todo mundo dançar, sonhar e viajar. Aprendeu a música instrumental com seu pai, o velho Genésio, no Jazz 13 de Maio, comandado pelo Mestre Lôla. Cresceu entre os “bambas”.
Começou a ganhar mais visibilidade a partir do Musical Apolo IV, organizado pelo Mestre Osório. No Conjunto Joedson, fez muito sucesso, animando bailes em clubes sociais e outros eventos pelo Brasil. Atuou ainda na famosa banda Mach Five, de Valença (Ba), e na Românticos Boemia, de Jaguaquara. Percorreu o Brasil de norte a sul fazendo festa. Deu canjas espetaculares na Banda Soda Pop, onde o rock pauleira prevalece com força.
Nas temporadas de carnaval, micareta e outras manifestações momescas, seu instrumento soava mais alto e o seu talento era disputado pelos donos de bandas e empresários do ramo. Quando invocava tocava o trombone até com os pés, conforme já foi visto em muitas ocasiões. Podia ter ido mais longe, entretanto preferiu ficar em Ipiaú, sua terra natal. A cidade lhe deve um reconhecimento maior. Em vida poderiam ter lhe prestado merecidas homenagens. Agora é a saudade, o toque do silêncio. Por Giro Ipiaú